sexta-feira, 30 de julho de 2010

Paralelismos e redução fenomenológica

Tenho percebido em mim, há algum tempo já, uma tendência a uma redução fenomenológica. Não sei se é uma forma de não me centrar nas diferenças mas sim nas semelhanças, se é uma manifestação da minha dificuldade em lidar com confrontos, mas eu tento sempre encontrar um elo entre coisas diferentes.

Que eu me lembre, comecei pelas religiões. Embora hoje me considere um ateu ou, como diria o Bill Maher, eu simplesmente não sei (e não me importo), sempre acreditei que todas as religiões falam da mesma coisa, de maneiras diferentes. Da mesma maneira que eu acho que as escolas diferentes da Psicologia falam, essencialmente, da mesma coisa, de ângulos diferentes.

Isso me lembra uma aula que tive na faculdade (se não me engano, com a Chiquinha, em Psicologia Existencial). Imaginem uma castanheira, no alto de um morro, isolada de todas as outras árvores. Agora imaginem que temos um grupo de 10 pessoas: um biólogo, um marceneiro, um vendedor de castanhas, um poeta, um filósofo... 10 profissões diferentes. Cada um descreve a castanheira de uma determinada maneira, cada um valoriza determinados aspectos conforme suas vivências pessoais, sua formação intelectual e prática, conforme suas experiências. Mas quem está certo? Todos estão certos.

A redução fenomenológica é encontrar o que há de comum nas visões diferentes e chegar à essência daquilo que se está observando.

(Eu quase escrevi "a observar". Preciso voltar pro Brasil!!!)

Acho que o que eu quero dizer com isso é: quando você achar que está certo e outra pessoa está errada, vale pensar se isso é necessário. Muitas vezes há interpretações diferentes para um mesmo acontecimento e pode ser interessante relativizar e tentar compreender os motivos da outra pessoa enxergar aquilo daquela maneira.

Ao som de Dave Matthews Band, Tom Waits, Blind Guardian (em espanhol), Stone Sour, Jim Sturgess (o Jude de Across the Universe, cantando I've Just Seen a Face).

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