quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A tríade

Dizem que há três assuntos que não se discute: futebol, religião e política. Pessoalmente, eu gosto muito de discutir os três.

Mas ando chegando à conclusão de que não posso, mesmo, discuti-los com todo mundo. Principalmente o mais polêmico... *pausa dramática*... se tem alguém lendo isso, gostaria de saber qual destes você pensou que é o mais polêmico... POLÍTICA.

Ultimamente, tenho chegado à conclusão, ao menos entre brasileiros, que política é o mais polêmico. Creio que as opiniões, pensamentos e escolhas na política são muito mais radicais e extremas do que nos outros dois, talvez não muito mais do que no futebol.

Com alguns solavancos, tem sido possível discutir religião. Claro que, na maioria das vezes, as diferenças de opinião são gritantes e em pontos fundamentais, onde nenhum dos lados vai mudar de opinião por causa daquele debate. Quem acredita em deus, não vai deixar de acreditar por causa de uma conversa - muita gente deixa de acreditar em deus, mas faz isso através de um processo subjetivo, longo ou intensamente curto, traumático. Mas a conversa flui, as opiniões e posições são debatidas, argumentadas, geralmente em um tom animado mas "civilizado". Nunca fui chamado de idiota ou qualquer coisa similar em uma discussão de religião.

Futebol, não. Futebol é fanatismo. Ninguém muda de opinião, todo mundo faz hora com a cara do outro e muita gente é mais anti-oponente do que torcedor do próprio time. São poucas pessoas que tem uma posição similar à minha, de não ter um "time do coração". Simpatizo com o Cruzeiro, mas não sou anti-atleticano de forma alguma. Minha fidelidade é mais a Minas Gerais e ao Brasil do que a um time de futebol que nunca fez nada por mim. Há aqueles que levam mais a sério, vemos muita violência no futebol, entre as torcidas, muita gente professa seu ódio pelo time oponente, mas ainda estamos falando de esporte e há alguma leveza.

Política, não. Quem debate política, debate a sério. Sobe na mesa, xinga, grita... ao menos na minha experiência. Nas comunidades virtuais, é "ladrão" pra cá, "corja" pra lá, "bandido", etc. É claro que isso se deve muito à estirpe de políticos que temos no Brasil, principalmente, e a como o sistema funciona.

Mas aí chego onde eu queria: quem não gosta do PT, ODEIA. Quem não gosta do PSDB, ODEIA. E esquece toda a merda que o partido de sua preferência fez/faz. Acho que não temos muito o hábito de contextualizar. Não quero dizer, com isso, que a gente deva aceitar o que acontece. Mas não devemos, também, achar que o mundo se divide entre Bem e Mal, como muitas religiões (olha os assuntos se misturando) tendem a fazer.

(Acho que estou divagando um pouco, pra variar. Mas é pra isso que esse blog serve.)

Enfim. Deixo a questão "aberta".

Um comentário:

  1. Oi Diogo
    Concordo totalmente com suas opiniões acerca de futebol e política. Quanto à religião já comentei em outros posts minha posição, e não vou mudar porque fulano é descrente e tenta me convencer do contrário. Porém, estou de acordo quando você afirma que deixar de crer em Deus é um processo subjetivo, longo ou às vezes traumático.Falo isto de cadeira, pois tenho exemplo dentro da minha própria casa.
    Estou gostando muito dos seus temas, sempre polêmicos, interessantes. Só lamento não ser tão culta como você e comentar seus posts com mais profundidade.
    Um beijo!

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